O EU profissional

O EU PROFISSIONAL
Breve análise do filme: Florence Nightingale (A História de Florence – em Português) de Norman Stone - 1985

Quebrar paradigmas, desafiar dogmas, alterar convenções políticas, econômicas e principalmente sociais, requer muito mais que coragem, requer mudanças drásticas nas suas expectativas pessoais e familiares (dificuldades relativas a integração e interação social), superar as tensões provocadas por essa mudança (que irão influenciar na elaboração de uma identidade profissional), e, somando-se a esse turbilhão está o fato desse indivíduo (contestador por natureza) ser uma mulher.
Sabe-se que não é de hoje que a sociedade estruturou sua base de convivência e de relações em torno da figura masculina, DEUS, o Universo a Santíssima Trindade, entre outros exemplos são entes masculinos. Quem levou o homem para fora do Paraíso ? – foram dois entes femininos: uma serpente e uma mulher através de uma maçã (simbolicamente falando), então, já não é fácil para alguém bater de frente com certas convenções imagina se este alguém é do sexo feminino.
Historicamente a mulher esteve (ou está - mesmo que de modo inconsciente) sempre ligada (ou acorrentada) ao papel de dona de casa, a sua emancipação profissional segue os passos dos párias (na Índia, nome dado a todos os sem casta, excluídos da sociedade) executando trabalhos que aos olhos da sociedade não eram nobres ou pouco relevantes. Com a enfermagem não foi diferente era tradição que o papel de "enfermeira" fosse exercido, como castigo, por mulheres adúlteras, largadas do marido, prostitutas entre outras, cuja função restringia ajudar em hospitais ou acompanhando exércitos, muitas cozinheiras e prostitutas tornaram-se "enfermeiras".
Qual não foi a surpresa de todos quando “uma dama, cujo os olhos não são para ver tanta desgraça” resolveu preocupar-se com as condições de tratamento médico destinado aos mais pobres, indigentes e principalmente aos soldados feridos durante a guerra, condição esta que