o espaço portugues
O aparecimento de um estado no ocidente da Península Ibérica tem merecido a atenção de muitos estudiosos e daí o aparecimento de diferentes teses sobre a questão.
Até ao séc. XIX, foi aceite a teoria de que Portugal seria o prolongamento da Lusitânia pré-romana, ideia que Alex. Herculano contestou, defendendo a base política do processo – a revolução, no sentido da progressiva autonomia e a conquista do território desde o séc. XII.
Posteriormente foi invocada uma suposta unidade geográfica do território português como fator de independência (Orlando Ribeiro), argumento que Oliveira Martins facilmente contestou perante os contrastes entre o Norte e o Sul do território, sustentando de novo os fatores políticos na formação de Portugal – a teoria do acaso.
Diversos autores reagiram a esta última tese (Leite de Vasconcelos, Teófilo Braga, António Sardinha), identificando fatores de natureza étnica e cultural como determinantes para a afirmação política de Portugal.
Assim, sem negar a relação entre a tradição cultural do Ocidente e o Estado português pela continuidade das populações que constituíram o núcleo desse estado, a formação de Portugal tem por base, sobretudo, um impulso de natureza política: a vontade de uma comunidade em ser autónoma, livre e independente, aprofundada por sucessivas gerações até à emergência de um sentimento nacional. Ora, esse processo surgiu de forma embrionária na 2ª metade do século IX, com a restauração das terras a sul do rio Minho, devastadas pela ocupação muçulmana, e desenvolveu-se espacialmente a partir do séc. XII, sendo, portanto, uma construção histórica que articulou formas diversificadas de ocupação do espaço pelos homens ao longo do tempo, mas em particular nas circunstâncias relacionadas com o processo da Reconquista da Península Ibérica.
Reconquista cristã - A Reconquista (também referenciada como Conquista cristã) é a designação historiográfica para o