O ENSINO DE LINGUAGEM NAS ESCOLAS
Luiz Célio de Souza
Ângela Kleiman constata que em muitas discussões sobre a formação dos professores le Língua Portuguesa questiona-se a própria situação desses profissionais em relação à sua inserção na cultura letrada. não se questiona apenas a capacidade do docente para ensinar a ler, escrever ou analisar um texto, mas a capacidade de ele próprio conseguir fazer isso, ou seja, sua própria competência lingüístico-enunciativo-discursiva. Não é sua formação o alvo de crítica, mas a sua própria condição de letrado. (KLEIMAN, 2008)
A autora coloca que o fato de os professores de língua portuguesa não terem conhecimento das várias teorias que fundamentam grande parte dos documentos oficiais relacionados ao ensino da língua é um significante dificultador da implementação de várias das práticas que tais documentos defendem para o cotidiano pedagógico.
Segundo Kleiman (2008), a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental (1997) e para o Ensino Médio (1999, 2001, 2006), o estabelecimento de um sistema de avaliação permanente do livro didático (PNLD, 1997); as diversas avaliações dos alunos das escolas públicas (SAEB, 1997; ENEM, 1999), a obrigatoriedade de curso universitário para professores (Lei de Diretrizes e Bases nº9.394/96); o exame nacional de egressos dos cursos universitários (Provão (1996-2003) e ENAD, 2004), que trazem novas exigências e deveres sem os concomitantes direitos, contribuem para o desânimo generalizado que reina entre esses profissionais.
A autora ainda ressalta o fato de que somente o letramento não é suficiente para que se dê conta do complexo processo de comunicação, que, por sua natureza, não ocorre de uma única forma.
Nesse sentido, é importante destacar que o processo de letramento não ocorre apenas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Segundo Kleiman (2007), o aluno da quarta, sexta ou oitava série do ensino fundamental, assim como o aluno de