O ensino de geografia para alunos surdos
Os inúmeros problemas educacionais e o verdadeiro papel da educação formal são motivos de ampla discussão na sociedade moderna. A educação urge por um esforço coletivo para vencer barreiras e entraves que inviabilizam a construção de um ensino regular que eduque de fato para o exercício da cidadania e seja instrumento real de transformação social, contrapondo-se a um modelo gerador de desigualdades, exclusões e preconceitos que residem dentro dos muros da escola e afetam consequentemente os mais marginalizados, dentre os quais estão os alunos surdos.
Existe, na escola regular, a necessidade de um acolhimento maduro, livre de preconceitos e egocentrismos, onde o ensino possa acontecer em espaços democráticos, ambientes que não se limitam a apenas reproduzir a realidade cultural própria dos ouvintes, desapropriando a pessoa surda da sua forma de fazer sua própria cultura, haja vista que como constituintes de um grupo social, estes, possuem suas formas próprias de constituí-la.
A educação precisa dar passos sólidos e coerentes com a realidade vigente promovendo a participação e a reflexão da sociedade, e principalmente das pessoas surdas, nas discussões e debates acerca do projeto de inserção destes na rede regular de ensino que esta atualmente posta. É citado nas discussões acadêmicas que a democracia acontece na sala de aula, além de outras formas, quando respeitamos o direito dos alunos de se expressarem e não quando os reprimimos e obrigamos-os a aceitarem passivamente conceitos e opiniões impostas pela sociedade. O aluno surdo, como os demais, também precisa receber o direito de se manifestar, atestando e contestando aquilo que lhe é de direito garantido: acesso a educação de qualidade que lhe capacite para progredir nas mais diversas esferas sociais.
Baseado nisto, a Geografia, uma ciência que tem como objeto de estudo o espaço geográfico e, como tal, a maneira como o homem interfere e modifica o ambiente em que se encontra inserido, tem, sem