O Ensaio e a Escrita Academica
LARROSA, Jorge. O Ensaio e a Escrita Acadêmica. Educação e Realidades. jul/dez.2003.
“[...] o triunfo da filosofia sistemática (o triunfo da forma sistemática de fazer filosofia) e o triunfo da razão técnico-científica (o triunfo da forma técnico-científica da razão) derrotam outras formas de escrita, que tiveram grande importância durante o Renascimento e o Barroco. Entre essas formas de escrita derrotadas e vencidas está o ensaio, de imediato, mas também outros gêneros como as epístolas morais, os diálogos filosóficos, os preceitos espirituais, os tratados breves, as confissões, as consolações, etc., todas essas dificilmente classificáveis nas atuais divisões do saber.” (Página 103).
“Entre essas formas de escrita derrotadas e vencidas está o ensaio, de imediato, mas também outros gêneros como as epístolas morais, os diálogos filosóficos, os preceitos espirituais, os tratados breves, as confissões, as consolações, etc., todas essas dificilmente classificáveis nas atuais divisões do saber. São obras e autores que por vezes se estuda na história do pensamento, por vezes na história da literatura: para nós (e insisto neste "para nós"), essas formas derrotadas são formas híbridas, impuras, ambíguas e, certamente, menores do ponto de vista do que "hoje" entendemos por "filosofia".” (Página103).
“[...] o triunfo dessas formas de conhecimento colocou os países latinos e latino-americanos numa situação de dependência intelectual. Essa situação de dependência nos converteu ou em administradores de algum filósofo estrangeiro, ou em seguidores do último paradigma científico que os gringos inventaram, espoliando e simplificando, na maioria das vezes, a cultura europeia.” (Página 104).
“Essa situação - e o fato correspondente de que somos nós que devemos ler inglês ou alemão para poder escrever em castelhano, e não o contrário, somos nós que devemos ir estudar em suas universidades, para ganharmos uma posição nas nossas, e