amor
Somos a civilização dos prazeres profanos, da vida baseada no consumismo e na busca insaciável de entretenimentos nos ‘templos de diversão’ que a modernidade oferece. Tanto isto é verdadeiro que a ausência de maturidade e virtudes nos indivíduos adultos é um dos grandes problemas da vida pública.Somos, por excelência, a civilização da fruição material. Ficamos apavorados quando não temos aquilo que desejamos, pois somos colonizados por uma vertiginosa infinidade de objetos que ‘precisamos’ conquistar e desfrutar. A tecnologia é nosso vício e, cada vez mais, o nosso único ‘mundo’.
A conseqüência disto é, pois, encontrada na fugacidade e puerilidade com que os cidadãos se relacionam com objetos e outras pessoas. O utilitarismo da vida ocidental cresceu no mesmo atributo do ‘American way of life’. E, quando a vida coletiva se reduz a ‘ambientes de negócios’ e de diversão, o mais terrível talvez seja encontrar valores humanos massacrados.
A civilização dos prazeres mundanos vive da fragilidade em agrupar indivíduos com valores de base ética e de expressão política. Bem sabemos: não estamos mais em uma época em que as relações sociais se asseguram pela tradição cultural no nível familiar e civil. O nosso maior laço ‘a partir de cima’ – o ético-religioso cristão – cai por terra; e a modernidade se revela pela fragilidade de identidades e perda de sentido das tradições.
A miséria de espírito dos indivíduos adultos resulta dessas fragilidades e perda. O mundo é cada vez mais o do ‘gentleman’ de exaltação egoísta da alma. Este é o ser adulto destituído de questionamentos, de vida pública: de busca espiritual profunda e manifestação política. Pessoa, enfim, que não satisfaz responsabilidades fundamentais: como a de servir de exemplo e berço cultural para as gerações futuras.
Vivemos, pois bem, um mundo cheios de personagens como Euclião