O encantador de marajás
Texto: O Encantador de Marajás – Teresinha Mendes Marra
A autora Teresinha Mendes Marra inicia seu artigo apontando que a historiografia da década de 1970 teve como característica o retorno da narrativa histórica, mas sem que tal metodologia contrapor-se-ia com as teorias da Escola dos Annales e do marxismo. Enfatiza que as abordagens mais recentes tem a contribuição de outras ciências, como a antropologia.
Teresinha Marra afirma de forma pontual que seu contexto de pesquisa é a política brasileira da década de 1980, utilizando-se como fonte primária o discurso de posse de Fernando Collor de Mello no dia de sua posse como presidente da República. Ressalta que leva em consideração também a história dos eventos e o imaginário através de sua dimensão social. 1- Antecedentes Históricos
Marra observa que antes de 1989, a última votação direta para presidente ocorreria em 1960, elegendo o populista Jânio Quadros e, tendo como vice, João Goulart. Com a renúncia de Jânio, e o golpe militar em Goulart, o Estado de Direito foi substituído pelo Estado Autoritário por dias décadas seguintes.
Tancredo de Almeida Neves vence após uma eleição indireta após o período de ditadura, mas falece antes da posse. Seu vice, José Sarney, assume a sua vaga em 1989 com um mandato estipulado em cinco anos, de acordo com o novo dispositivo Constitucional de 1988.
A autora faz um paralelo entre as eleições de 3 de outubro de 1963 e a de 15 de novembro de 1989. Na primeira, o candidato vitorioso, Jânio Quadros, foi eleito não pela maioria absoluta dos votos, de acordo com a constituição de 1934. Já em 1989, o presidente Fernando Collor é eleito pela maioria dos votos em dois turnos, considerando o grande número de eleitores inscritos, inclusive os analfabetos, como permitia a Carta Magna de 1988. Marra descreve que em 1960 havia apenas três candidatos concorrendo ao pleito eleitoral. Já em 1989, foram 21 candidatos inscritos, dos 22 partidos existentes.
1.1- O