O destino das áreas de endemismo da amazônia
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O destino das áreas de endemismo da Amazônia
JOSÉ MARIA C. DA SILVA¹*
ANTHONY B. RYLANDS²
GUSTAVO A. B. DA FONSECA2
1
Conservação Internacional, Avenida Nazaré 541/310. Belém, 66035-170, Pará, Brasil.
Departamento de Zoologia. Instituto de Ciências Biológicas. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 31270-901, Minas Gerais,
Brasil; e Center for Applied Biodiversity Science, Conservation International, 1919 M Street NW, Washington, D.C. 20036, U.S.A.
* e-mail: j.silva@conservation.org.br
2
RESUMO
A Amazônia é a maior e mais diversa floresta tropical do mundo. Compilações recentes indicam que ela abriga pelo menos 40.000 espécies de plantas, 427 de mamíferos, 1.294 de aves, 378 de répteis, 427 de anfíbios e cerca de 3.000 espécies de peixes. Com comunidades de plantas e animais heterogêneas, ela é um arquipélago de distintas áreas de endemismo separadas pelos principais rios. Estudos biogeográficos de vertebrados terrestres identificaram oito dessas áreas na Amazônia: Tapajós, Xingú e Belém (restritas ao Brasil); Rondônia (com maior parte de sua área no Brasil); e Napo, Imeri, Guiana e Inambari (com áreas compartilhadas com outros países). Suas áreas variam de 1,7 milhões de km² (Guiana) até 199.211km² (Belém). As áreas de endemismo da
Amazônia perderam de 2% a 13% de suas florestas, exceto Xingu (que perdeu cerca de 27% de suas florestas) e Belém (com somente cerca de um terço de sua área coberta por florestas). Napo, Imeri e Guiana têm mais que 40% de suas terras em áreas protegidas; Inambari, Rondônia, Tapajós e
Xingu, entre 20% e 40%; e Belém, menos que 20%. As unidades de conservação de proteção integral