O despontar do indivíduo como marco para o nascimento da ciência psicológica
Síntese - “O despontar do indivíduo como marco para o nascimento da ciência psicológica.”
Para compreendermos melhor a relação existente entre o objeto da psicologia e o pensamento elaborado na modernidade, determinante de sua constituição enquanto ciência é importante resgatar o contexto e as idéias que imprimiram, na época, a possibilidade de tematização do individuo enquanto categoria teórica.
Segundo Bobbio, os filósofos mais representativos do jusnaturalismo foram, sem dúvida, Hobbes e Locke. Esses filósofos transferiram de diferentes maneiras, o racionalismo de Descartes para a a análise social e política impulsionando, de maneira impar, a transformação do indivíduo em categoria necessária à consolidação do sistema capitalista sob a forma do liberalismo político e, consequentemente, a transformação da psicologia filosófica em psicologia científica. Vejamos, de maneira concisa, como se delineiam as idéias desses pensadores.
Em seu livro De Cive, afirma que os homens vivem em um estado de guerra e necessitam renunciar ao direito de fazer o que querem fazer, porém, o individuo só pode abrir mão dos direitos, renunciar a eles, se os demais também o fizerem, caso contrário virariam presas uns dos outros.
Hobbes tenta livrar a razão de todas as suas determinações sociais e esse é o espírito da época hobbesiana. Ele faz uma ontologia da razão como não social e considera como gênero humano todos os homens com uso efetivo da mesma. Desse modo a reta razão é uma lei que, sendo parte da natureza humana, é natural e, consequentemente, faz de todos os homens seu portador, com exceção dos loucos e das crianças.
Lei natural, nesta perspectiva irá se constituir em um ditame da razão reta sobre as coisas a fazer ou omitir para garantir, mediante seu juízo, a preservação da vida e das partes do corpo. É uma concepção de razão autoconservadora em que a lei fundamental é buscar a paz quando possível alcançá-la e, para mantê-la deve-se manter mão