O despertar do leão
A transformação do espírito em camelo se dá enquanto se adentra no seu deserto e nesse caminhar o dócil animal torna-se uma besta de carga: ele carrega em suas costas todas as suas obrigações, todos os valores que lhe são impostos, toda falta de decisão a que ele é acometido já que tudo de certa forma está definido como bom ou mau, pode ou não pode. Neste estágio a filosofia do espírito define-se pelo “você deve”. Sentindo-se sobrecarregado, na solidão e na aridez do seu deserto inicia-se a transformação do espírito em leão. Este pretende conquistar sua liberdade, o direito sagrado de dizer não, mesmo ao dever, ser o rei do seu próprio deserto e lutar contra o grande dragão e vencê-lo. Sua filosofia é traduzida pelo jargão “eu quero”. Mas, esta transformação ainda não é o suficiente.
Ainda é necessária uma terceira metamorfose que é a transformação do leão em criança. Isto porque o simples “eu quero” não muda a situação das possibilidades de escolha que se possui. É necessário criar novas opções, novos valores, ampliar o horizonte de