O despertar do leão

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O despertar do Leão Ante aos comentários e as notícias referentes às manifestações que nos bombardeiam de todos os lados nos últimos dias, a coisa que mais chama a atenção é: O LEÃO ACORDOU! Esta charge usada por muitos manifestantes para se referir ao atual despertar de parte do povo brasileiro e se levantar contra toda a corrupção, violência, falta de infraestrutura e pessoal nas áreas da saúde, educação, transporte público entre várias outras necessidades básicas, todos assegurados aos cidadãos brasileiros constitucionalmente. Para analisar criticamente a atual situação brasileira, valer-nos-emos da alegoria do despertar do leão que remete ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche na obra “Assim Falou Zaratustra” em que o autor faz uma analogia de “As Três Metamorfoses do Espírito”. No texto em questão faz uma descrição de “como o espírito se muda em camelo, o camelo em leão e, finalmente, o leão em criança”.
A transformação do espírito em camelo se dá enquanto se adentra no seu deserto e nesse caminhar o dócil animal torna-se uma besta de carga: ele carrega em suas costas todas as suas obrigações, todos os valores que lhe são impostos, toda falta de decisão a que ele é acometido já que tudo de certa forma está definido como bom ou mau, pode ou não pode. Neste estágio a filosofia do espírito define-se pelo “você deve”. Sentindo-se sobrecarregado, na solidão e na aridez do seu deserto inicia-se a transformação do espírito em leão. Este pretende conquistar sua liberdade, o direito sagrado de dizer não, mesmo ao dever, ser o rei do seu próprio deserto e lutar contra o grande dragão e vencê-lo. Sua filosofia é traduzida pelo jargão “eu quero”. Mas, esta transformação ainda não é o suficiente.
Ainda é necessária uma terceira metamorfose que é a transformação do leão em criança. Isto porque o simples “eu quero” não muda a situação das possibilidades de escolha que se possui. É necessário criar novas opções, novos valores, ampliar o horizonte de

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