O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA FORMATIVO
Pretende-se percorrer rapidamente, em breve histórico, a implantação do que se tem caracterizado como a política educacional brasileira, voltando nossa atenção para o sistema de ensino superior e a instalação dos cursos de Psicologia no Brasil,
Freitag (1978, p. 40-41), dentro de um referencial calcado em Gramsci, postula a inexistência de instituições políticas autônomas, durante a fase colonial brasileira, e destaca a Igreja como a principal representante da sociedade civil. O modelo agroexportador não carecia de mão-de-obra qualificada, e a educação tinha um papel fundamental para a hegemonia da Igreja Católica. "Declaradamente sua função consistia em subjugar pacificamente a população indígena e tomar dócil a população escrava". Apolítica educacional só deu sinais de passagem para o domínio do Estado quando se estabeleceu a República.
A rápida industrialização, que ocorreu em países como a Inglaterra e os Estados Unidos, a partir do início do século XX, afetou a economia mundial. A crise cafeeira dos anos 20 prenunciou mudanças estruturais desdobradas com o rompimento da monocultura. O Brasil começou a mostrar diversificação de trabalhos para atender às novas pressões do mercado. O vínculo entre a escola e a produção demarcou-se definitivamente. A escola vincula-se às exigências de preparar mão-de-obra produtiva e pauta-se, muitas vezes, pelos ditames do sistema industrial. "No plano social, tenta-se atrelar a escolaridade à ascensão social, e no plano econômico, a educação volta-se para a formação de técnicos A criação das primeiras universidades brasileiras, na década de 30, coincidiu com a ascensão da burguesia industrial e queda do setor agroexportador de café, crescimento da classe média e intensificação da imigração estrangeira. A partir desse momento, a classe média passou a pressionar no sentido da ampliação de novas escolas e do número de vagas no ensino superior. Nos anos 50, o movimento estudantil