O desenvolvimento da linguística no Brasil
PALAVRAS-CHAVE: Lingüística Textual; Desenvolvimentos; Retrospectiva; Pesquisa na Área; Principais Grupos de Pesquisa.
0. Introdução
É no final da década de 70 que começam a surgir, no Brasil, os primeiros trabalhos dedicados ao estudo lingüístico do texto. Pode-se dizer que, para tal fato, contribuiu, de forma bastante significativa, a tradução de duas obras: Semiótica Narrativa e Textual (Chabrol et al., 1977) e Lingüística e Teoria do Texto (Schmidt, 1978), bem como a publicação, em Portugal, do livro Pragmática Lingüística e o Ensino do Português (Fonseca & Fonseca, 1977), no qual se defendia a aplicação dos princípios da Pragmática Lingüística ao ensino de língua materna e, em decorrência, a necessidade de um enfoque textual, como já era comum em outros países da Europa.
Paralelamente, desenvolviam-se, na UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil), os primeiros importantes estudos sobre o discurso e sobre Semântica Argumentativa, muitos deles publicados sob a forma de livros (Osakabe, 1979; Vogt, 1977) ou de artigos em revistas especializadas. Cumpre destacar também, nesse momento, os trabalhos de Pontes sobre as estruturas de tópico no português brasileiro, posteriormente coletadas nas obras Sujeito: da Sintaxe ao Discurso (São Paulo, Ed. Ática, 1986) e O Tópico no Português do Brasil (Campinas, Ed. Pontes, 1987). Somente na década de 80, contudo, começam a multiplicar-se os estudos em Lingüística Textual. Após a publicação, na Revista Letras de Hoje, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de um artigo pioneiro de Ignácio Antônio Neis (Por uma Gramática Textual, 1981), inspirado em textos de autores franceses, vêm à luz os dois primeiros livros na área, em 1983: Lingüística Textual: Introdução (Fávero & Koch) e Lingüística de Texto: O Que é e Como se Faz (Marcuschi). Muitas revistas passam a trazer artigos desenvolvidos sob essa perspectiva, surgindo mesmo