O Desempenho da Agricultura
A Importância Estratégica do setor agrícola corno mecanismo de crescimento econômico no Brasil tem sido demonstrada repetidamente desde 1500 com os primeiros empreendimentos experimentais. A exploração do pau-brasil pelos primeiros comerciantes portugueses marcou o início de uma longa (e lucrativa) sucessão histórica de períodos de prosperidade, a grande maioria da qual envolvia produtos agrícolas destinados aos mercados externos. A cana-de-açúcar, o algodão, o fumo, o cacau, a borracha e o café, todos experimentaram períodos de desenvolvimento e fracasso frenéticos, porém, relativamente breves. As conseqüências econômicas dessas expansões voltadas para o exterior transcenderam sua natureza regional para afetar não somente o Brasil, mas também toda a América Latina - na verdade, toda a ordem econômica internacional.
A medida que as esporádicas arrancadas da atividade exportadora começavam a dar lugar aos avanços do complexo urbano-industrial do século XX, os esforços agrícolas deixaram de ser o centro das atenções. O ritmo frenético das atividades de ISI na década de 1950 ofuscaram totalmente os progressos realizados no setor agrícola. O planejamento e as políticas agrícolas foram negligenciadas tanto pelos políticos quanto pelos acadêmicos.
Ironicamente, foi durante esse período de relativo descuido que o perfil da agricultura brasileira foi permanentemente modificado. O setor agrícola, juntamente com o resto da realidade socioeconômica, foi levado nas correntes da industrialização, destinado a ser submetido a uma modernização significativa seguindo as conseqüências das políticas de ISI.
A internacionalização da economia brasileira, os avanços tecnológicos e a proletarização da mão-de-obra foram somente algumas das forças geradas pela industrialização que em breve devastariam a natureza feudal/tradicional da agricultura brasileira. O conceito de que a habitual dependência do petróleo importado poderia terminar com a produção