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O Brasil, um país rico em recursos naturais e com grande extensão de terras cultiváveis, permitiu a propagação de um fenômeno que constitui a pior conseqüência da desigualdade social e da pobreza: a fome (Castro, 2002). Segundo dados apresentados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2006), 47% dos adultos brasileiros consideram a quantidade de alimentos consumida insuficiente para atender às suas necessidades. Ademais, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2007) mostram que, em 2002, 34% da população se encontrava abaixo da linha da pobreza (vivem com até meio salário mínimo per capita), sendo que, desses, 13,9% da população, sobrevivem em extrema pobreza, com um quarto do salário mínimo per capita.
De acordo com Josué de Castro, em seu livro Geografia da Fome, publicado na década de 1970, a principal causa desse problema é a falta de acesso aos alimentos. Este decorre da precariedade do acesso a terra e da insuficiência de renda das famílias, que dificulta a obtenção de alimentos suficientes para a sobrevivência digna dos indivíduos.
Agricultura Familiar
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) apresentaram dados que revelam que aproximadamente 85% do total de propriedades rurais do pais pertencem a grupos familiares. São 13,8 milhões de pessoas que têm na atividade agrícola praticamente sua única alternativa de vida, em cerca de 4,1 milhões de estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população ocupada na agricultura.
Cerca de 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira vêm desse tipo de produção rural e quase 40% do Valor Bruto da Produção Agropecuária são produzidos por agricultores familiares. Cerca de 70% do feijão consumido pelo país, alimento básico do prato da populacão brasileira vêm desse tipo de produção rural e quase 40% do Valor Bruto da