O demónio na civilização grega
- Significado e relação na Civilização Grega Antiga
O substantivo dai,mwn, que na cultura grega do mundo clássico designa um ente intermédio entre os homens e os deuses, deu origem ao termo daimo,nion. Dai,mwn( onoj( o` - é derivado de dai,omai que significa dividir, distribuir. O termo dai,mwn tem alguns significados diferentes. É visível a evolução do conceito dai,mwn ao longo do tempo; dependendo da época da Grécia antiga em que se procure definir o termo, tem-se um significado ligeiramente diferente, entre eles são mais comuns os seguintes: poder sobre-humano (divino), deus, deusa, destino, sorte, desgraça, alma de um morto, sombra, génio que acompanha um homem a uma cidade, espírito mau, demónio. Segundo a crença grega os dai,monej habitavam no ar. O qual, na teoria cosmogónica remota, era tido como a substância que preenche o espaço que separa a Lua da superfície da Terra. No entanto, a escola pitagórica veio complementar a teoria cosmogónica, a qual, por sua vez, veio fazer a distinção entre duas camadas de ar. Segundo esta visão pitagórica da cosmogonia, temos duas camadas de ar diferentes: a avh,r[1] que seria a camada de ar impuro e vapor, a camada de ar inferior; e o ar puro, que seria a camada superior, constituída por éter. Segundo esta divisão pitagórica os espíritos habitavam a avh,r por ser a camada de ar menos puro. Segundo a crença popular grega os demónios ocupam um lugar intermédio entre os deuses e os homens e acredita-se que o mundo está cheio deles. Os gregos acreditavam ter influência sobre os demónios através de magia, bruxaria e esconjuro. Estes seres são: a) Espíritos dos defuntos, especificamente dos não sepultados (animismo[2]) b) Fantasmas ou espectros, que podem aparecer sob as mais diversas formas, principalmente de noite. Além das diferenças acima referidas não existe nenhuma diferença fundamental entre os deuses e os demónios. Atribuem-se à acção dos