O CURRÍCULO DO ENSINO RELIGIOSO À LUZ
Maria José Torres Holmes1
Introdução:
Nestes dezesseis anos de FONAPER, muitos acontecimentos ocorreram sobre o
Ensino Religioso e a partir daí essa entidade não mede esforços em lutar e incentivar os educadores de
ER
no
aprimoramento
de
sua
prática
em
relação
ao
fenômeno religioso enquanto objeto de estudo dessa área de conhecimento.
Inicialmente, apresentamos o desenrolar dos fatos que deram origem ao Fórum
Nacional Permanente de Ensino Religioso.
Tudo começou a partir de 1985, quando se instaura o processo constituinte e a tramitação do projeto da nova Lei de Diretrizes e Bases no Congresso Nacional, esse componente curricular volta a ser objeto de discussão e alvo de novas polêmicas, pois ainda existiam grupos contrários à sua regulamentação na referida Lei de Ensino e com isso as dificuldades eram as mais diversas.
De um lado, recuperam-se aspectos dos discursos pronunciados nas respectivas fases anteriores à regulamentação da matéria, principalmente dos setores contrários à sua permanência ou inclusão no sistema escolar. Por outro lado, são aproveitados os argumentos e propostas em vistas de sua permanência no currículo, como disciplina a permitir ao educando ter na escola a oportunidade de compreender sua dimensão religiosa, permitindo-lhe encontrar respostas aos seus questionamentos existenciais mais profundos e descobrindo e redescobrindo o sentido de sua busca, na convivência, diálogo e respeito com as diferenças.
Foi a partir de 1995 que grupos de educadores e instituições religiosas passaram a repensar o ER nas escolas públicas. Desse modo idealizaram uma entidade que acolhesse o ER do ponto de vista pedagógico para defini-lo nos estabelecimentos de ensino igualmente a todos os outros componentes curriculares. Para isso foi proposto a pensar, a
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- Professora de Ensino Religioso do Estado da Paraíba. Especialista em Educação.