O CRISTÃO FARISEU
Algumas semanas depois de ter me convertido ao cristianismo, um amigo, que diz crer em Jesus, disse-me, em tom sarcástico e ríspido, a seguinte frase: “já perdi amigos para mulheres e para o álcool, mas para ‘isso’ (referindo-se ao evangelho) é muito triste”.
Desde então, ele passou a perseguir e zombar constantemente da minha fé no evangelho de Cristo, mesmo se declarando cristão católico (não praticante) e devoto de Nossa Senhora de Nazaré.
Orei por ele.
Orei porque achei que assim Jesus o faria. Orei porque a perseguição e a zombaria, segundo os ensinamentos de Jesus, não são atitudes que um cristão deve ter para com o seu próximo.
Pelo contrário, “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo”, disse Jesus. (João 15:12)
As Escrituras, em nenhum momento, retratam perseguições por parte de cristãos, mas sim sendo perseguidos e mortos, por amor ao Filho do Homem.
Na epístola a Timóteo, o apóstolo Paulo diz: “de fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. (2 Timóteo 3:12)
Sim, perseguidos. E não perseguidores.
O próprio Jesus foi perseguido pelos fariseus. Mas nunca discutiu ou esbravejou, pelo contrário, ensinou com autoridade e paciência que lhe foram dadas do Céu, pelo Deus Pai, e aceitou ser entregue a morte, para a remissão dos nossos pecados.
Hoje, porém, é comum a figura paradoxal do cristão-fariseu – com perdão do neologismo -, a pessoa que conhece as leis de Deus, mas não pratica o amor de Cristo, sendo intolerante com quem não vive de acordo com as Escrituras ou não crê em Jesus.
Embora use as próprias Escrituras para justificar esse comportamento segregador, o cristão-fariseu esquece que o Messias colocou, no paraíso, um ladrão, que não viveu de acordo com as Escrituras, mas creu, prestes a morrer, que Jesus era o Filho de Deus.
Esse tipo de cristão, assim como os fariseus, sente a necessidade de explicitar opiniões acerca de