O Cortiço: Resumo da obra e considerações
Marco do Naturalismo brasileiro, a obra O cortiço de Aluísio Azevedo, publicada em 1890, apresenta a perfeita união entre o homem e seu ambicioso projeto, ou seja, João Romão e seu cortiço.
Realismo é a designação comum da reação ao estilo romântico que se aventurou ultrapassar o sentimentalismo por meio da procura da objetividade e da racionalidade.
Pode-se concluir que o protagonista desta história é João Romão, pois é ele que inicia a construção do cortiço, além disso, segundo Cláudio Fatigatti em sua tese de 1995 “É assim que começa a narrativa de O Cortiço - colocando a personagem de João Romão desde logo em primeiro plano.” Jovem ambicioso, que trabalhava há muito para um português dono de uma taverna que, com o retorno de seu patrão para Portugal, herda-lhe a taverna e certa quantia em dinheiro como forma de pagamento pelos serviços prestados. E a partir destas heranças, e outras influências, passa a construir a sua “vida empresarial” e o cortiço.
Amiga-se com Bertoleza, escrava de um velho cego, o pagava periodicamente vinte mil réis, dinheiro extraído de seus trabalhos como cozinheira. Após a morte de seu marido, confia todas as suas economias, dinheiro que guardava para a sua alforria, a João Romão que, astuciosamente se aproxima dela nesse momento de dor. Passam a viver juntos e pouco tempo depois de amigados ele aparece em casa com a carta de alforria, dizendo que havia feito o dinheiro para comprar a liberdade da companheira.
“Bertoleza representava agora ao lado de João Romão o papel tríplice de caixeiro, de criada e de amante.”
Na verdade, João Romão havia forjado a carta de alforria e se apossado do dinheiro da crioula, com o que iniciou seu projeto de expansão dos negócios.
A obra é narrada em terceira pessoa, como onisciente em presença todos os fatos, até mesmo nos sentimentos das personagens, podemos dizer então, que o autor trabalha com um narrador onisciente apessoal. O narrador