O conto do vendedor de indulgências
O conto do vendedor de indulgências traz muito da mentalidade inglesa do final do século XIV: na realidade, ele demonstra como a morte era concebida e imaginada nesta sociedade, principalmente o empenho que os homens tinham em afastar-se da busca dos bens materiais. Demonstra a limitação da técnica de um tempo, a carga de superstição que contaminava uma cultura, à opressão que guiava a vida dos homens de uma época, onde a cultura e o meio social abria-se para à modernidade.
Outra característica que pode ser notada é a religiosa onde o autor usa o personagem para censurar a condição da igreja na época que usa a indulgência na forma de doação de donativos colocados como oferenda em troca de objeto milagroso, tanto podemos notar que o conto se inicia com uma citação bíblica que aponta os versículos décimo do capitulo XVI da primeira carta a Timóteo “Radix Malorum est cupiditas” (A cobiça é a raiz dos males). Notamos também a hipocrisia do personagem que a todo momento deixa bem claro sua autoridade tendo por base bulas papais, cardeais e outros argumentos descritos no decorrer do conto, como podemos observar na citação abaixo.
Finalmente, exponho as minhas longas caixas de cristal abarrotadas de trapos e ossos... São relíquias, percebem logo os fiéis. Entre elas mostro, revestida de latão, uma omoplata de carneiro que pertencera a um santo patriarca hebreu. Boa gente, digo, atentem para as minhas palavras: se alguma vaca, ou bezerro, ou ovelha, ou touro inchar, por ter comido uma cobra ou dela ter levado uma picada, mergulhem esse osso na água de uma cisterna e com essa água lavem a língua do animal, e ele ficará curado.
O Conto Vendedor de Indulgência da obra do autor Geoffrey Chaucer é rico em conteúdo cultural e social pois, o mesmo conseguiu caracterizar de forma que convence a realidade social da época daí a importância do autor e sua obra para a literatura e para a história.
E-Referencias: