O conforto térmico nos estádios de futebol
Arq. Tiago Lippold Radünz
Falar de conforto térmico nos estádios pode parecer algo pouco importante frente às diversas preocupações que deve ter o arquiteto durante a realização de tal projeto. Acessibilidade ao local, visibilidade, iluminação, segurança dos torcedores e até mesmo acústica são parâmetros amplamente discutidos por projetistas e dirigentes no momento de criar uma arena multiuso. Ao assistir um jogo de futebol num grande estádio, quem nunca procurou se proteger do sol escaldante que torra a cabeça numa tarde quente de verão? Quem nunca reclamou, ao torcer pelo seu time, do vento gelado que incomoda durante os 90 minutos? Ou ainda quem nunca sentiu-se incomodado ao sentar sobre o concreto gelado da arquibancada? Essas situações desconfortáveis, no entanto comuns em espaços semi-abertos, como os estádios, são dificilmente controláveis 100% do tempo mas integram há alguns anos os estudos relativos ao conforto térmico. A arquitetura esportiva mais recente tem mostrado cada vez uma preocupação, não somente com a racionalização da energia, mas também com bem estar dos usuários, sejam eles atletas ou torcedores.
O interesse em impedir que as adversidades climáticas atrapalhem o bom andamento do espetáculo e o conforto do torcedor está certamente ligado à tão falada “multifuncionalidade” dos estádios modernos. A tendência mundial de transformar esses espaços em grandes arenas obriga uma adaptação para a realização de outros eventos esportivos, sócio–culturais, religiosos, etc. modificando a utilização inicialmente planejada. Para isso, é necessário que parâmetros como a ventilação e insolação não se tornem coadjuvantes do espetáculo!
O vento tem um papel fundamental em estádios, não somente do ponto de vista estrutural mas também no conforto dos usuários e na homologação de recordes. Em estádios destinados ao atletismo, as normas internacionais impedem a validação das marcas em provas de curta distância