O CONCEITO DE AMIZADE SEGUNDO OS FILÓSOFOS PLATÃO, ARISTÓTELES E EPICURO
O valor da amizade já era enaltecido tanto nos poemas épicos quanto nos poemas líricos, e sobre tudo nos poemas trágicos. Ela era um dos mais expressivos vínculos capazes de reunir os homens, dispersos pela singularidade de suas vidas e de seus interesses individuais, em formas ordenadas de comunidade, como as famílias, as seitas religiosas, as instituições filosóficas e as instituições políticas. A amizade é uma das primeiras relações que o homem mantêm entre si em sua vida cotidiana e sua análise do ponto de vista filosófico é de grande importância, isso se comprova na análise feita pelos filósofos gregos mais importantes como Pitágoras, Platão, Aristóteles, Epicuro, além de Cícero e Sêneca (em Roma), como pela sua imediata proximidade na vida humana, no sentido de ser esta amizade uma relação espontânea.
A AMIZADE: PLATÃO Platão escreveu um diálogo sobre a amizade chamado Lísis, um diálogo da juventude, tendo como principal interlocutor Sócrates. Nos diálogos platônicos existe uma ambiguidade semântica no emprego das palavras “Eros” e “Philia”. Por isso, embora o diálogo Lysis tenha o subtítulo “sobre a amizade”, seu ponto de partida é o amor apaixonado de Hypotales por Lysis. Por não distinguir o amor (Eros) da amizade (Philia), Platão terminou o diálogo fazendo Sócrates dizer que não sabia o que era a amizade, e preanunciou aquilo que, no Banquete, escreveu sobre Eros O diálogo Lysis tem todas as características dos diálogos aporéticos da juventude de Platão. Esses diálogos, também chamados socráticos, oferecem-nos um belo exemplo do “método maiêutico”, no qual Sócrates, sob a forma de um “não saber” metodicamente assumido, procura, conversando com seus interlocutores, uma “nova forma de saber”, que a inteligência só consegue alcançar quando, mediante as exigências de uma rigorosa definição lógica, encontra o sentido daquilo que procura conhecer A questão da reciprocidade