O CIRCO
O Gran Circo Norte Americano, de americano mesmo, tinha só o nome e um artista, o palhaço Walter Alex.
O proprietário, Danilo Stevanovich, era gaúcho de Cacequi, membro de uma família de sete irmãos que dominavam uma rede de circos na América Latina.
Faziam parte também, uma portuguesa, um japonês, um chinês e um casal francês, os demais artistas eram todos brasileiros do Rio Grande do Sul.
O Gran Circo se gabava de ser um zoológico itinerante, com três elefantes, uma girafa, doze leões, dois tigres, quatro ursos pardos dois ursos polares, um chipanzé, um camelo, um antílope, um cavalo e alguns cães.
O Gran Circus Norte Americano estreou em Niterói no dia 15 de dezembro de 1961. Os anúncios diziam que era o maior e mais completo circo da América Latina. O dono do circo, Danilo Stevanovich, havia comprado uma lona nova, que pesava seis toneladas e seria de náilon - detalhe que fazia parte da propaganda do circo. O Norte Americano chegou a Niterói uma semana antes da estreia e instalou-se na Praça Expedicionário, no centro da cidade.
O CRIME!!!
A montagem do circo demandava tempo e muita mão de obra. Danilo contratou perto de cinquenta trabalhadores avulsos para a montagem. Um deles, Adílson Marcelino Alves, (o Dequinha), tinha antecedentes por furto e apresentava problemas mentais. Ele trabalhou dois dias e foi demitido por Danilo Stevanovich. Dequinha ficou inconformado e passou a ficar rondando as imediações do circo.
No dia da estreia, 15 de dezembro de 1961, o circo estava tão cheio que Danilo Stevanovich mandou suspender a venda de ingressos, para frustração de muitos. Nessa noite, Dequinha tentou entrar no circo sem pagar, mas foi visto e impedido pelo tratador de elefantes Edmílson Juvêncio.
No dia seguinte, 16 de dezembro, um sábado, Dequinha continuava a perambular pelo circo e começou a provocar o arrumador Maciel Felizardo, que era constantemente acusado de ser o culpado da demissão de Dequinha. Seguiu-se uma discussão e Felizardo