untária, mas sobretudo aos catadores. Esse talvez seja o maior fator indutor da reciclagem das latas de alumínio no Brasil. 16 Meadows et al (1992) explicam que o metal sempre é encontrado misturado em concentrações variadas dentro dos minerais, e o potencial econômico das jazidas é calculado em função do tamanho da reserva, mas também do teor de metal presente no minério. Quanto maior o teor, mais vantajosa economicamente é a exploração da jazida. Então, quando o teor do metal encontrado no minério é reduzido, tornam-se necessárias quantidades de energia muito maiores para a extração do metal, ao mesmo tempo em que a média dos rejeitos produzidos cresce exponencialmente quando o teor do metal declina a níveis inferiores a 3%. Nesse caso, quase sempre o custo do tratamento desses rejeitos ultrapassa o valor do metal produzido. Quando, por exemplo, a mina de cobre de Butte em Montana (EUA) teve o teor de cobre reduzido de 30% para 0.5%, os rejeitos minerais por tonelada produzida subiram de três para duzentas toneladas. 17 Para se ter uma idéia da evolução das jazidas, de acordo com Ramos (1982), as reservas mundiais de bauxita em 1945 eram de um bilhão de toneladas, em 1955 passaram para três, em 1965, seis, e em 1975, chegaram a 18 bilhões de toneladas. 18 Ferreira (2000) ressalta que a reciclagem é amplamente praticada não só no Brasil, como na América Latina toda, principalmente em função dos elevados níveis de desemprego, que possibilitam tornar essa alternativa de trabalho uma possibilidade de sobrevivência. Esse panorama representa o argumento de caráter social defendido pela indústria, o qual enfatiza o benefício social da reciclagem do alumínio. Porém, na contramão desse raciocínio, Calderoni (1998) sinaliza que apesar de a remuneração do catador e sucateiro oriunda da reciclagem contribuir para a melhoria de sua condição de vida, os ganhos econômicos estão mal distribuídos: sua pesquisa, realizada no município de São Paulo, indicou que a indústria da