O Cinema e as Cores

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Quando o assunto é o uso da cor no cinema, nos deparamos com as fórmulas e regras que são psicossomáticas, que associam cada cor a sentimentos e sensações (azul = tranquilidade, vermelho = tensão e violência etc.) Mas também nos deparamos também com o fato de que as pessoas partem de uma posição particular. Segundo Deschanel, existe um número infinito de tons de verde, vermelho, amarelo, e cada um deles tem provavelmente um significado diferente para pessoas diferentes. Diferentes artistas definem o que cada cor significa a cada momento. Veja as pinturas de Van Gogh e você quase sente a insanidade luzindo nos amarelos e verdes que ele emprega. Isso pode não ser verdade no uso que um expressionista abstrato faça destas mesmas cores. Cada artista define as cores pelo uso que delas faz. Não acredito que existam cores arquetípicas. Ainda assim, dizer que as cores não tem um significado próprio não quer dizer que elas não tenham um significado. Em arte não são as relações absolutas que são as decisivas, mas sim aquelas eventuais estabelecidas por uma obra em particular. Por outro lado, quanto mais compreendemos os mecanismos da percepção visual, menos as combinações e associações cromáticas encontradas na natureza, parecem disfarçadas ou resultantes do acaso.
A cor esteve presente no cinema desde suas origens. Os primeiros processos consistiam em colorir a mão - um a um, os fotogramas no positivo preto e branco. Os filmes realizados desta forma são chamados de colorizados, em contraposição aos coloridos, onde as cores são captadas pelo processo fotográfico. Experimentavam-se colorizar os filmes, mas o processo não foi muito explorado por este utilizar muita mão de obra e render pouco. Ainda no início do século passado, na França, colorizava os filmes com a aplicação manual no negativo, quadro a quadro, de stencils coloridos que dotavam as cópias de áreas coloridas. Todos os processos de colorização tinham em comum o fato de serem artesanais, lentos e muito

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