O bullying das práticas pedagógicas O terceiro capítulo do livro Bullying discute que este termo, alvo de inúmeros episódios nas escolas atualmente, não é apenas uma prática corrente entre os educandos, como é amplamente divulgado, mas pode tornar-se também uma forma de opressão que parte do professor em direção ao aluno. Essa prática autoritária e de violência simbólica, está presente tanto nos professores que entendem o processo educacional ainda de uma forma tradicional, na qual o aluno deve aprender a se moldar nos valores hegemônicos e dominantes; como naqueles que assumem uma pedagogia mais crítica, porém em sua prática pedagógica implícita ainda colocam o professor como o detentor do saber e o aluno como um simples receptor deste conhecimento. Destas duas formas a educação acaba por não alcançar o seu papel primordial: formar seres humanos responsáveis, críticos e livres para decidirem sobre a sociedade que se deve construir. Duas matrizes comumente elucidam as práticas profissionais dos professores, são: a matriz comportamental e a matriz dialogal. A primeira pode ser entendida resumidamente como uma prática linear, que parte do professor para o aluno. Já a segunda pressupõe que exista um diálogo entre as partes que compõem o processo educacional. Para a matriz comportamental a aprendizagem se processa através de estímulos que são passados dos professores para os alunos. Caso o estímulo seja positivo o educando deve imitá-lo e repeti-lo. No entanto, se for um estímulo negativo, o aluno deve suprimi-lo de seu comportamento. De acordo com Freire, este tipo de educação é denominada bancária, pois os saberes são metaforicamente depositados em uma “conta” possuída por cada aluno e posteriormente este “saldo” de conhecimento poderá ser utilizado. Esta é uma modelagem educacional que favorece a um sistema social no qual são necessárias uma massa trabalhadora que não deve pensar criticamente e uma minoria