O brasil dos que não são vistos
O Brasil dos que não são vistos
Eu conheço alguém que costuma dizer: deve-se criticar mesmo os políticos, pois se eles acertam, não fazem mais do que a obrigação. Não tenho que ficar agradecido por determinados avanços nem regalias.
Mas e aí? O que será mesmo correto? Criticar é a melhor opção?, criticar somente é a melhor opção? Ou não, criticar somente não é correto, é necessário ver também os acertos. Mas por que vemos os acertos? Por que se diz: Fulano foi ótimo, foi por causa dele que eu passei a comprar, tenho uma geladeira, um fogão e até um micro-ondas, onde que ia pensar que teria um micro-ondas?
Comprar é deveras muito importante. Desenvolver o mercado interno do país é ótimo, não foi assim que superamos a crise? Mas isso não é o suficiente. Há coisas que muitos não veem. Muitos. Coisas assim, simplíssimas. Saneamento é uma delas, por que isso não é considerado tão importante? Para os poucos cidadãos que se questionam sobre tal assunto, tenho-lhes uma resposta – que provavelmente vocês poucos já devem ter pensado – não se vê! Saneamento não é uma ponte, saneamento não é pobre comprando, a gente não passa numa rua e diz: essa rua é saneada! Mas se alguém constrói uma ponte, se alguém arrumou uma rodovia – mesmo que esta vá esburacar em dois tempos – , certamente nós, cidadãos, nos lembraremos de quem fez a ponte, de quem melhorou visivelmente as nossas vidas. Também há o pobre que tem um maior poder de compra, vota no político que possibilitou isso para ele. E como não votaria? É claro que quando se melhora a situação financeira, continua-se querendo melhorá-la. Óbvio! Por qual motivo eu votaria em alguém que não fez nada para mim? Ora, se eu posso votar em alguém que fez! Ótimo então!
Agora, voltando ao saneamento.. E aí? Não é importante? No O Globo de hoje, vi a foto de um casal de Recife que vive numa “casa” sem água e sem esgoto, ah... a luz é clandestina e só foi adquirida este ano. E aí? Eles estão de baixo de uma ponte. Acho que