O Bom Selvagem
A metáfora do "bom selvagem" é somente uma forma que Rousseau encontrou para questionar a filosofia iluminista e a política moderna. Um dos postulados mais importantes desta teoria é a de que “todos os homens nascem livres e iguais” e são, por natureza, bons e bem formados. A sociedade é que os corrompe.
O mito criado pelo filósofo em torno da figura do bom selvagem - o ser humano em seu estado natural, não contaminado por constrangimentos sociais, deve ser entendido como uma idealização teórica.
Mas, se tudo isso for verdade, por que muitas tribos indígenas cometem crimes? Por que muitas tribos são consideradas más, se eles não vivem em meio à sociedade?
Para responder às suas necessidades de conservação, o homem precisa desenvolver habilidades e alterar a natureza, produzindo cultura. Sozinho, ele não teria como garantir sua sobrevivência. Busca, então, socializar-se.
Logo o que os tornam, “certos”, de certa forma, é a cultura existente entre os povos, os quais são, ou ao menos deviam ser respeitados. A cultura indígena pode não ser certa para nós, mas temos que respeitá-las, pois um dos pensamentos que a Justiça mais defende é a Liberdade.
A imputabilidade Penal
Perante a justiça, chama-se de imputabilidade penal a capacidade que tem a pessoa que praticou certo ato, definido como crime, de entender o que está fazendo e de poder determinar se, de acordo com esse entendimento, será ou não legalmente punida. Para aferir a imputabilidade penal, não importa se o índio mantém contato com a cultura preponderante: basta aferir se o índio possuía condições de entender o caráter ilícito previsto na lei. O indígena brasileiro, na maioria das vezes, segue sua cultura sem respeitar os direitos humanos da sociedade em geral, pois, de acordo com seus princípios éticos, as sentenças as quais eles aplicam para com os membros da tribo são, de certa forma, justo entre eles. Porém não se enquadra aos conceitos do