O Aviador
doi: 10.14417/ap.746
Regulação emocional em adolescentes e seus pais: Da psicopatologia ao funcionamento ótimo
Eliana Silva* / Teresa Freire*
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Escola de Psicologia, Universidade do Minho
Nas últimas três décadas, verificou-se uma atenção crescente ao estudo da regulação emocional. A adolescência é uma das fases do ciclo de vida de particular importância para o seu estudo. As alterações experienciadas elicitam novas experiências emocionais e contribuem para uma maior necessidade e capacidade de utilização de estratégias de regulação emocional com eficácia (Steinberg, 2005). Os pais constituem-se como importantes agentes de regulação emocional, contribuindo para a promoção do desenvolvimento de adolescentes (Yap, Allen, & Sheeber, 2007). A regulação emocional tem sido estudada associada à psicopatologia (Silk, Steinberg, & Morris, 2003) e ao funcionamento ótimo
(Freire & Tavares, 2011).
Assim, o presente artigo tem como objetivo apresentar fundamentação teórica e empírica para o estudo da regulação emocional na adolescência, na perspetiva da promoção do desenvolvimento positivo.
Uma melhor compreensão destes processos poderá ajudar a compreender diferenças individuais ao nível da saúde mental e funcionamento ótimo.
Palavras-chave: Regulação emocional, Adolescentes, Pais, Psicopatologia, Funcionamento ótimo.
INTRODUÇÃO
Os indivíduos não são agentes passivos que simplesmente experienciam emoções (Kashdan,
2007). Diariamente são capazes de influenciar que tipo de emoções têm, quando as têm e como as experienciam e expressam (Gross, Richards, & John, 2006). Nas últimas três décadas, tem-se verificado um aumento do interesse científico na emocionalidade humana e na importância da regulação das emoções para a definição de trajetórias desenvolvimentais (Bariola, Gullone, &
Hughes, 2011; Morris, Silk, Steinberg, Myers, & Robinson, 2007). Segundo a Psicologia Clínica e a Psicologia do