o ato de ler
PANORAMA ENTRE O PASSADO E O PRESENTE.
Mestranda Bruna Longo Biasioli
(PG – UNESP / FAPESP)
“Técnicas de negociação não funcionam tão bem com crianças porque no meio da negociação, elas dirão algo completamente desvinculado como,
‘Você sabia de uma coisa? Eu tenho um umbigo! ‘, acabando completamente com sua atenção.”
Técnicas de negociação (Bennett: 1993).
RESUMO: O gosto do leitor, sobretudo o leitor infanto-juvenil, não é, muitas vezes, objeto de estudos e pesquisas. Tendo em mente o fato de que o leitor é alguém a quem cabe seduzir e convencer e que competir com os divertimentos virtuais não é uma tarefa fácil aos professores e pais que tentam estimular o gosto pela leitura em crianças e jovens, este artigo propõe traçar um perfil do leitor infanto-juvenil na década de 1980 e entre os anos de 1994 e 2004, a fim de verificar o que mudou nesses vinte anos, bem como estabelecer as preferências atuais desse tipo de público.
PALAVRAS-CHAVE: mercado, livro, leitor, literatura infanto-juvenil.
As pesquisas sobre leitura no Brasil vêem se desenvolvendo consideravelmente nos últimos anos. Muitos são os enfoques dados ao estudo do mercado editorial brasileiro, tais como o interesse comercial das editoras, os diversos tipos de gêneros literários, bem como os novos que surgem, o crescimento desse setor, a facilidade – ou não – do acesso do público leitor às obras, entre outros. O que se pretende aqui, no entanto, é fazer um estudo histórico do leitor, mais especificamente o leitor brasileiro de literatura infanto-juvenil, comparando aquele da década de 1980 com o dos dias atuais. Em outras palavras, procura-se, com este artigo, traçar um perfil desses leitores de ambos os períodos, tendo em mente as mudanças que ocorreram na preferência desse público, e tendo como objetivo maior, ainda, estabelecer
Terra roxa e outras terras – Revista de Estudos Literários
Volume 9 (2007) – 1-124. ISSN 1678-2054