O assistente social, os campos tradicionais e as novas demandas sociais
No contexto profissional atual – onde, mesmo com substantivas diferenças no que se refere às características e condições das suas gênese, há claros e fortes aspectos (auto) reprodutores da lógica da sua constituição – tem se desenvolvido várias tentativas de ruptura, ou, no mínimo, de distanciamento com os aspectos que marcaram sua origem. Estas procuras têm se dado em torno de diversas perspectivas.Dentre elas duas posturas extremas merecem consideração: por um lado, a tentativa de uma determinação total e a priori da opções do desempenho da categoria profissional e, por outro, a busca de liberdade absoluta de cada membro do coletivo na escolha dos seus horizontes profissionais. Podemos, assim, esta questão, registrar duas propostas extremas: a) Aquela que entende que a profissão deve estar, como um todo, orientada a priori nos seus objetivos, direcionada apenas a um tipo de sujeito popular e predeterminada nos seus métodos, levando a profissão a uma espécie de militantismo.
b) A segunda postura, que pretende originalidade em relação à tradição do Serviço Social, entende que a intervenção profissional deve ser dirigida exclusiva e livremente segundo o critério de cada assistente social, convertendo o Serviço Social numa profissão liberal.
Nesta alternativa, liberal e com desdobramentos conservadores, cada assistente social seria dono e livre de realizar suas opções metodológicas, técnicas, definir objetivos, fins, público-alvo, comportamento ético etc.
No entanto, como afirma Iamamoto, “ o Serviço Social no Brasil, embora regulamentado como uma profissão liberal, não tem uma tradição de prática peculiar às profissões liberais na acepção corrente do termo. O Assistente Social não tem sido um profissional autônomo” ( 1991: 80; grifos nossos). No caso contrário, a profissão perderia, ou tornaria ambíguo, seu perfil, sua identidade, seu controle sobre o desempenho ético do