O Assassinato De Trotsky
Após a conquista do poder pelos Bolcheviques, Trotsky torna-se Comissário do Povo para os Negócios Estrangeiros, com a missão de negociar o armistício militar com a Alemanha e seus aliados.2 A posição de Trotsky nas negociações do armistício foi oposta a de Lenin - que achava que um tratado deveria ser assinado com a Alemanha em quaisquer condições - mas também oposta a dos comunistas de Esquerda, que propunham a guerra revolucionária; para ele, a posição a tomar seria de "nem paz, nem guerra"; o governo soviético deveria retirar-se das conversações e esperar pela agitação revolucionária no exército alemão. Através de uma combinação prévia com Lenin, que havia aceitado testar sua proposta ("para estar de bem com Trotsky, vale a pena até perder a Letônia e a Estônia", teria dito Lenin), Trótski acaba por retirar-se de facto das conversações a 10 de fevereiro de 1918, respondendo a Alemanha com um novo ataque, que obrigou o governo soviético a assinar por fim a 3 de março o desvantajoso Tratado de Brest-Litovski.
O assassinato de Trotsky não foi algo inesperado. Era parte de uma política consciente do stalinismo de eliminar qualquer ligação entre os velhos dirigentes da Revolução Russa de 1917 com as gerações mais jovens. Era a tentativa de cortar o fio de continuidade do marxismo revolucionário num momento em que se preparava, novamente, uma guerra mundial, com suas conseqüências revolucionárias.Seis meses antes da morte de Trotsky, o comunista espanhol Mercader, enviado pelo GPU (Diretório Político Unificado do Estado soviético), começou a aproximar-se do ex-líder russo, exilado no México havia quatro anos. Usando um nome falso, Mercader se passou por um trotskista que tentava implantar mudanças comunistas na França, ganhando, em pouco tempo, a confiança de Trotsky e seus companheiros.
Trótski abandona subsequentemente o cargo, mas ainda no mesmo mês é nomeado Comissário do Povo para os Assuntos Militares (até 1925) e, em setembro,