O Argumento Ontológico de Santo Anselmo

O Argumento Ontológico de Santo Anselmo
Santo Anselmo perturbava-se com o facto de só se levar a palavra de Deus aos outros através da Fé, e quis então provar a existência de Deus através da razão, ou seja, com um argumento racional, para fazer entender as pessoas a quem a Fé não bastava. Como acreditava que Deus existe, acreditava também ser possível chegar a Deus com um argumento racional.
O seu argumento é ontológico e não apenas lógico, isto porque é um argumento que, na sua estrutura lógica, salta para o plano da realidade, ou seja, não se fica pelo raciocínio e vai mais longe.
Santo Anselmo não parte de uma noção de Deus, parte de uma noção que não tem a ver com Deus e que todos possam entender, sendo ou não sendo crentes. Essa noção é a de "algo, maior do que o qual nada se pode pensar". Esse "algo" é o maior que cada um de nós consegue pensar, ou seja, possui as características mais perfeitas que cada um consegue pensar.
"Algo, maior do que o qual nada se pode pensar", para ser "algo, maior do que o qual nada se pode pensar" tem de ser omnipotente, porque se não o for passa a ser "algo, maior do que o qual alguma coisa se pode pensar".
"Algo, maior do que o qual nada se pode pensar", além de omnipotente, deve ser também omnissapiente, porque se não o for, passa a ser "algo, maior do que o qual alguma coisa se pode pensar", visto que se consegue pensar num ser omnipotente e omnissapiente, e esse ser é então "algo, maior do que o qual nada se pode pensar".
Além de omnipotente e omnissapiente, é melhor esse "algo" ser bom, justo e misericordioso do que não o ser. Assim, "algo, maior do que o qual nada se pode pensar" deve ser omnipotente, omnissapiente, bom, justo e misericordioso, porque se não tiver alguma destas características passa então a ser "algo, maior do que o qual alguma coisa se pode pensar".
Além de omnipotente, omnissapiente, bom, justo e misericordioso, um ser que exista no pensamento é superior a um ser que não exista. Assim, "algo,