O Anarquismo
Quando falamos em “anarquia”, muitos acreditam que a expressão tem a ver com qualquer evento ou lugar carente de organização. Contudo, essa apropriação contemporânea está bem distante das teorias que integram o chamado pensamento anarquista, estabelecido logo depois que as contradições e injustiças do sistema capitalista já se mostravam visíveis no século XVIII.
O anarquismo foi um movimento contemporâneo às teorias socialistas desenvolvidas por Karl Marx e Friedrich Engels. Um dos primeiros a lanças as primeiras ideias anarquistas foi William Godwin , que propôs uma radical transformação nas bases organizacionais da sociedade. Ele acreditava na criação de uma organização comunitária fundada na abolição da propriedade privada e o repúdio a qualquer tipo de lei ou governo. A razão seria o guia maior dessa nova sociedade e a total liberdade ética e politica deveriam ser garantidas
A sociedade anarquista seria organizada de acordo com a necessidade das comunidades, cujas relações seriam voltadas ao auto abastecimento sem fins lucrativos e à base de trocas. A doutrina, que teve em Bakunin seu grande expoente teórico, organizou-se primeiramente na Rússia, expandindo-se depois para o resto da Europa e também para os Estados Unidos. O auge de sua propagação deu-se no final do século XIX, quando agregou-se ao movimento sindical, dando origem ao anarco-sindicalismo, que pregava que os sindicatos eram os verdadeiros agentes das transformações sociais.
Com o surgimento do marxismo, entretanto, uma proposta revolucionária mais adequada ao quadro social vigente no século XX, o anarquismo entrou em decadência. Sem, contudo, deixar de ter tido sua importância histórica, como no episódio em que os anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram executados por assassinato em 1921, nos EUA, mesmo com as inúmeras evidências e testemunhos que provavam sua inocência.