O anarquismo no brasil
No início do século XX, o anarquismo e o anarcossindicalismo eram tendências majoritárias entre o operariado, culminando com as grandes greves operárias de 1917, em São Paulo, e 1918-1919, no Rio de Janeiro. Durante o mesmo período, escolas modernas foram abertas em várias cidades brasileiras, muitas delas a partir da iniciativa de sindicatos e agremiações operárias anarquistas ou de inclinação anarquista. As Escolas Modernas aplicavam uma pedagogia libertária, inspirada no pensamento de Francisco Ferrer, e foram reprimidas a partir dos anos 20, sendo fechadas no estado de São Paulo. Mesmo após o declínio do movimento anarquista no Brasil, o anarquismo e a Pedagogia Libertária se refletiram posteriormente no pensamento dos maiores pedagogos brasileiros, como Paulo Freire com sua Pedagogia Libertadora, que busca a consciência de classe e a autonomia do indivíduo.
Alguns acreditam que a decadência do movimento anarquista se deveu ao fortalecimento das correntes do socialismo autoritário, ou estatal, i.e., marxista-leninista, com a criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1922 participada inclusivamente, por ex-integrantes do movimento anarquista que, influenciados pelo sucesso da revolução Russa, decidem fundar um partido segundo os moldes do partido bolchevique russo.
Porém, esta posição, sustentada por muitos historiadores, vem sendo contestada desde a década de 1970 por Edgar Rodrigues (anarquista português naturalizado no Brasil, pesquisador autodidata da história do movimento anarquista no Brasil e em Portugal), pelas