O Amor em Tempos de Cólera
Como o próprio título indica, este é um romance grandioso, dado que analisa, reflecte e questiona os temas que nos marcam verdadeiramente, ou seja, o amor, o percurso difícil que é o fluir da vida humana desde a juventude à velhice e a morte.
A morte é das primeiras convidadas da diegese, pois ela “saiu à rua” (canção de Zeca Afonso) não só com a morte de Juvenal Urbino, como também com surto de cólera que dizimava parte da população numa pequena cidade do Caribe, nos finais do século XIX.
Este romance ergue-se em torno de um triângulo amorosa. Florentino Ariza e Fermina Daza viveram a sua história de amor há mais de meio século e no dia do funeral de Juvenal, seu marido, esta recorda a antiga paixão que a marcou para sempre, já que o seu casamento foi mais uma conveniência do que uma história de amor.
É desta forma que vamos conhecendo o primeiro encontro, as primeiras cartas, o segredo, a distância, o preconceito, as hipocrisias daquela sociedade, o casamento, os amores e os dissabores. Vemos como o amor persiste em todas as fases da vida, e mesmo quando está destinado à morte, parece que se mantêm aceso, pelo menos enquanto a energia vital persistir. Talvez por ser o bem mais precioso do Homem, o Amor desabroche quando mais nada se esperava da vida e, por isso mesmo, se torna tão intenso.
Mas regressemos às primeiras páginas para experienciarmos o primeiro contacto entre Florentino e Fermina, no dia em que este foi entregar cartas a Lorenzo (pai de Fermina). Os dois passaram dois anos a enviar cartas um ao outro, até Florentino decidir mandar uma carta com o pedido de casamento. Ao descobrir o caso entre os dois jovens, Lorenzo manda a filha para um colégio interno.
Mais tarde, Lorenzo arranja um marido para a sua filha, um médico muito moderno e altruísta chamado Juvenal Urbino. Fermina era feliz com o casamento apesar de não amar o marido quando se casou, mas tinha consciência de que Juvenal era a pessoa certa para se