o amor de pedro por joão
Lya — A trama tem dois planos. Primeiro, as parceiras são as duas velhinhas caspentas jogando xadrez com a vida humana. São a vida e a morte. No primeiro plano, são as parceiras que jogam dados com a vida humana. Em segundo plano, são todas as mulheres disso que eu chamo de família de perdedoras. São parceiras de um jogo em que todo mundo perde. Então, são dois planos: um mais metafórico e um mais real.
Vestibular — A trama de As Parceiras traz uma narradora que remonta lembranças da infância e da história de outras mulheres da família, criando um "eu feminino" que se compreende enquanto resultado de restrições e frustrações. Atualmente, as mulheres são o resultado de escolhas que tomam livremente?
Lya — Algumas coisas desse livro são diferentes agora. Mas não acho que a chamada independência feminina seja um assunto já resolvido. Ainda há muita insegurança, dificuldades com a mulher empreendedora, a mulher que ganha mais do que o marido, a mulher que se destaca. Porém, o livro não trata propriamente disso. O problema ali não é econômico, social. É um romance intimista com forte tom psicológico sobre dramas que vão existir sempre. É uma família de perdedoras.
As parceiras - Lya Luft
Sinopse
Lançado originalmente em 1980, este é o primeiro romance de Lya Luft. Aborda, principalmente, a contestação aos valores patriarcais. Uma visão feminina sobre uma família marcada pela morte, pela loucura, por um mundo decadente que a envolve e a desagrega. Lya ensaia o mistério, o encantamento de narrativas onde a virulência atravessa o veio das emoções humanas. Uma lembrança dos contos de fadas que a escritora devorava quando menina. As doses maciças de fantasia - princesas, bruxas e magia - a marcaram, forjando os elementos predominantes em suas obras.
A história do livro é em primeira pessoa, a personagem principal a Anelise vai