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A problemática dos recursos humanos vem sendo objecto de ensino e investigação no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), desde há longo tempo. Nas diversas licenciaturas deste Instituto, formaram-se muitos dos técnicos e gestores de recursos humanos portugueses nos últimos cinquenta anos. Por isso, esta problemática foi e continua a ser muito cara ao ISCSP e é de louvar sempre que um docente lhe dedica uma obra, como é o caso agora do Prof. João Bilhim.
A gestão de recursos humanos evoluiu em certa medida ao longo do século XX em articulação estreita com a teoria e comportamento organizacionais, partilhando os pontos altos e baixos da evolução destas ciências dedicadas aos estudos das organizações.
Fruto desta articulação, as pessoas que trabalham nas organizações têm sido encaradas de diversas e opostas maneiras. Assim, de engrenagem sujeita ao determinismo cego de uma máquina, passaram a ser cidadãos, parceiros, activo, factor estratégico das organizações, numa palavra pessoas com braços, coração e cabeça.
Na análise aos últimos cinquenta anos, constata-se que a expressão gestão de recursos humanos tem sofrido diversas evoluções semânticas. Houve tempo em que designou gestão de pessoal, de recursos humanos e actualmente enfatiza a expressão gestão das pessoas. Apesar das diferenças de significado que cada uma das três expressões possa veicular, hoje, concorda-se que a gestão das pessoas representa uma componente fundamental de qualquer estratégia organizacional.
A importância reconhecida a esta função da gestão provocou o aparecimento de novas concepções acerca do contributo das pessoas para a prossecução dos objectivos das organizações. Tais concepções exigem, por um lado, maior aprofundamento e integração entre a gestão estratégica da organização e a gestão de recursos humanos e, por outro, obrigam a que cada gestor operacional seja o gestor de recursos humanos da sua equipa