o abismo entre o ensino publico e privado
De que adianta o professor bem remunerado, se o espaço para o aprendizado estiver permeado de medo, insegurança e uma estrutura física precária
A educação é considerada a principal garantia de conquista de liberdade e igualdade de oportunidade a todos os cidadãos independentemente de sexo, etnia ou classe social. Mas, a diferença entre a qualidade do ensino público e privado ainda é uma grande barreira para se vencer a desigualdade. Os principais instrumentos de avaliação da qualidade do ensino no Brasil demonstram que existe uma enorme diferença entre o ensino público e o privado em todos os estados.
No Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que avalia o desempenho de alunos na faixa dos 15 anos a cada três anos, e produz indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais, o Brasil ficou em 55º lugar entre os 65 países avaliados. Ao considerar a média das escolas privadas, o Brasil estaria em 18º lugar. Como mais de 80% dos alunos do Ensino Fundamental e Médio estão nas escolas públicas, a pontuação coloca o país entre os últimos colocados.
Em Jacareí, a contraposição entre a qualidade dos modelos de educação pode ser demonstrada através daquilo que é proposto pelo SESI (Serviço Social da Indústria) para o atendimento de seus quase 800 alunos no Ensino Fundamental e Médio. Com investimentos da ordem de R$ 12 milhões, a nova escola da entidade prevê a oferta de ensino fundamental em tempo integral e o ensino médio articulado com a educação profissionalizante.
Além da apresentação de uma nova concepção, que parte da perspectiva de que toda criança ou adolescente é capaz de aprender se lhe forem oferecidas boas situações de aprendizagem, o ambiente escolar faz diferença, tanto para alunos quanto professores. E quando se fala sobre as desigualdades entre a qualidade do ensino público e privado, a questão da remuneração dos professores é citada como o principal motivo das distorções apresentadas.