O 1º Governo Lula
A visão socioeconômica de Lula e do PT e a chegada ao poder
Antes da eleição de outubro de 2002, o partido do candidato à presidência lançou um abrangente manifesto que diagnosticou as principais falhas socioecômicas do Brasil e descreveu uma série de programas destinados a restaura-las. Esse documento se diferencia pelo fato de que o desenvolvimento social é considerado um componente vital, é não residual, do crescimento econômico.
O documento refere-se explicitamente à necessidade de promover um rápido crescimento econômico e uma competitividade internacional como pano de fundo para se atingir o desenvolvimento social. Para cumprir esse objetivo, foram especificados seis programas – chave: estabilização de preços, eficiência do sistema tributário, provisão de financiamentos de longo prazo, investimento em pesquisa e desenvolvimento, educação da força de trabalho e investimentos seletivos em infraestrutura. Para promover simultaneamente o desenvolvimento social, o documento propõe uma nova visão estratégica em que as medidas para solucionar a pobreza e a desigualdade devem ser realizadas de forma integrada e coerente.
O primeiro governo Lula (2003 – 2006)
A reação da comunidade de investimentos nacionais e internacionais à vitória de Lula em outubro de 2002 foi a de expectativa nervosa. Havia o receio de que o novo governo ficasse tentado a não pagar parte da dívida, que a cordialidade do governo anterior com o investidor estrangeiro não fosse mantida. A crescente preocupação dos investidores às vésperas da eleição diminuiu com as declarações tranquilizadoras feitas por ele e seu futuro gabinete. Além disso, consciente da suscetibilidade dos mercados financeiros internacionais e do perigo que eles representavam para a estabilidade monetária, o governo recém – eleito se apressou em aplacar a ansiedade dos investidores e instituições multilaterais. A principal característica da estratégia do governo nesse aspecto foi a