Mudanças e Permanencias
Este texto tem como objetivo subsidiar o olhar discente na aula de campo na aldeia indígena Taboca Nova, contribuindo de forma prática para o conteúdo das discussões empreendidas em sala de aula, dando destaque a relação entre identidade, cultura e educação, em particular, a indígena. A referida aula de campo vai permitir observar e discutir a identidade e cultura local sem perder de vista o regional e o nacional. Proporcionando, a percepção dos dois tipos de mudanças culturais : a interna e a externa, a primeira resultante da dinâmica do próprio sistema cultural no caso em questão o indígena ; a segunda resultante do contato de um sistema cultural com outro.
Verificar em campo o âmbito do ritmo destas mudanças e os eventos históricos que porventura podem ser elementos de aceleração desta mudança em um sistema cultural é perceber como o tempo é um elemento importante na análise de uma cultura. Portanto, a aula de campo vai proporcionar a percepção de como a cultura indígena e popular têm se manifestado e se apropriado na contemporaneidade.
Caríssimos alunos, tudo começou com uma mal entendido. Quando Nicolau Coelho, que vinha na frota de Cabral, desembarcou na Bahia em 1500 e foi recebido por cerca de 20 homens na praia, os ruídos do mar brasileiro podem ter atrapalhado a conversa. Pero Vaz de Caminha registrou: “ali não pôde haver fala, nem entendimento de proveito, por quebrar na costa”.
O não entendimento entre as partes é o início do choque de culturas que resultou em uma tragédia. Guerras, doenças, expropriações e escravidão que reduziram as populações nativas “não assimiladas”, cada vez mais confinadas no interior do território. Mas a história não acabou por aí, pois ao longo do período colonial e no século XIX, homens e mulheres indígenas desenvolveram estratégias de sobrevivência, cultivaram e transformaram