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“O que é ciência afinal”?
Brasília, 14 de outubro de 2014.
Existem duas suposições importantes na posição indutivista ingênua em relação à observação. Uma é que a ciência começa com a observação. A outra é que a observação produz uma base segura da qual o conhecimento pode ser derivado. (Chalmers: 1929, p. 46).
O principio de indução, que consiste em extrair uma proposição geral a partir da observação de um certo número de casos particulares observados em condição variadas suficientemente, é a base dessa visão comum da ciência, por isso mesmo batizada de indutivismo. Na verdade, o indutismo é uma tentativa de formalizar essa visão de senso comum de ciência. Esse principio será criticado nos termos do problema de indução, cuja formulação clássica remonta a David Hume, a despeito de sua aplicabilidade prática, o principio não se sustenta em bases lógicas, pois uma proposição geral não pode derivar de proposições particulares, por maior que seja o número destas. Assim, o relato indutivista ingênuo da ciência foi abalado pelo argumento de que as teorias devem preceder as proposições de observação, então é falso afirmar que a ciência começa pela observação. As proposições de observação são tão sujeitas à falhas quanto às teorias que elas pressupõem e, portanto, não formam uma base segura para a construção de leis e teorias científicas. Isto quer dizer que;
A ciência não começa com proposições de observação porque algum tipo de teoria as precede; as proposições de observação não constituem uma base firme na qual o conhecimento científico possa ser fundamentado porque são sujeitas à falhas. Contudo, não quero afirmar que as proposições de observação não deveriam ter papel algum na ciência. Não estou recomendando que todas elas devam ser descartadas por serem falíveis. Estou