D.Quixote e Cidade e as Serras
A primeira semelhança visível entre ambos os pares literários é a sua complementaridade, isto é, complementam-se e formam um só. São dois grandes pólos opostos que se completam quando juntos. Há uma evidente relação partilhada entre D.Quixote e Jacinto, visto que, ambos partilham as ideias idealistas. Realmente, antes da sua “purificação” em Tormes, Jacinto era dominado pelas invenções, vivendo no mundo para além da realidade não visualizando os problemas sociais existentes, apenas vendo e tirando o melhor partido das coisas, ou seja, sendo otimista. D. Quixote, no entanto, encontra-se exilado num mundo irreal de sonhos que o torna um estranho não só no seu grupo social e do momento em que vive, mas também do seu próprio corpo. Com o auxílio dos seus livros é transportado para o mundo da fantasia, deixando de parte a realidade. José Fernandes e Sancho Pança denotam a sua semelhança ao tentar chamar à atenção o seu par, não alegando à fantasia recorrente na mente de seus pares, mas sim, à realidade que é totalmente visível e interpretada por estes dois materialistas mas não é vista pelos dois caráteres comandados pela imaginação. Ambas as personagens obterão sucesso,já que os seus pares, terão reconhecido a realidade no final da obra, Jacinto encontra a sua predestinação em Tormes e D.Quixote retorna à realidade mas já no fim da sua vida, falecendo pouco tempo depois do seu retorno.