D Log Stica Reversa
Linha de desmontagem
Levar os produtos usados de volta aos fabricantes é tendência natural – falta apenas combinar com o consumidor
Paula Neiva, de Palo Alto
Topshots China Out /AFP
ATÉ LÁ JÁ PEGOU
Televisores a caminho da reciclagem em um depósito de Jingmen, na China, país tradicionalmente avesso aos cuidados ambientais
O que fazer com tanto lixo eletrônico?, parece gritar a fotografia ao lado. Ela mostra uma montanha de aparelhos de televisão usados no pátio de uma empresa de reciclagem em Jingmen, na China. Mesmo em um país atavicamente avesso aos cuidados ambientais, o reaproveitamento de materiais descartados começa a virar norma, por imposições legais e pressão da sociedade. Trata-se de fazer o caminho contrário – o produto sai das mãos do consumidor, já saciado, de volta à empresa que o fabricou. Dá-se a esse processo um nome que soa exageradamente técnico – "logística reversa" –, mas é simples. Se você ainda não ouviu essa expressão, anote-a, porque ela fará parte do cotidiano. "Tradicionalmente, a logística reversa não atraía muita atenção das empresas e estava associada apenas a questões ambientais", disse a VEJA Donna Retzlaff-Roberts, professora de ciência da gestão da Universidade do Sul do Alabama, nos Estados Unidos. "Agora, muitas delas descobriram que esse processo pode ser uma boa oportunidade para somar valor ao produto e à imagem da companhia."
Uma das pioneiras a investir nesse campo foi a Hewlett-Packard, a maior empresa de tecnologia da informação do mundo. A HP, o primeiro lugar entre as companhias mais verdes dos Estados Unidos, de acordo com ranking da revista americana Newsweek publicado em setembro passado, desenvolve desde 1987 programas de recuperação e reciclagem de impressoras, cartuchos e computadores. Em 2008, a HP recolheu 3,5 milhões de equipamentos no mundo, recapacitando-os para uso. Quatro anos atrás, para testar seu próprio programa de recuperação de lixo