d.joao II mensagem

As didascálias é tudo aquilo que no texto dramático não se destina a ser dito pelas personagens e que, na representação cénica, desaparece enquanto discurso e surge diante dos espectadores como acção ou presença física, através de objectos ou cenário.

Assim, na obra “Felizmente Há Luar” surgem dois tipos de didascálias:
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As que surgem em itálico e entre parêntesis. Surgem entre as falas das personagens, no texto principal. Ex.: “(Dá um safanão na rapariga, que se levanta com lentidão)”.

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As laterais. São mais longas e apresentam descrições pormenorizadas.
Ex.: “o gesto é lento, deliberadamente sarcástico.”

As que aparecem em itálico, dão indicações acerca:
 Da caracterização das personagens e do espaço cénico [Ao abrir o pano, a cena está moderadamente iluminada, encontrando-se duas personagens no palco: uma sentada a uma secretária com papéis e pastas olhando para a segunda personagem e tomando notas acerca do seu desempenho. A segunda personagem está ao centro e à frente do palco. Ambas estão bem vestidas.];  Do tipo de discurso e das pausas que devem ser feitas
 Da movimentação das personagens em palco [Sobe a um caixote para chamar a atenção; aponta para alguém];
 Dos efeitos de luz e som [Ilumina-se o palco. D. Miguel Forjaz, Beresford e o principal Sousa estão sentados em três cadeiras pesadas e ricas com aparência de tronos; Ouve o som dos tambores.].

Ex.: A didascália inicial:
"A pergunta é acompanhada dum gesto que revela a impotência da personagem perante o problema em causa.
Este gesto é francamente «representado». O público tem de entender, logo de entrada, que tudo o que se vai passar no palco tem um significado preciso. Mais: que os gestos, as palavras e o cenário são apenas elementos duma linguagem a que tem de adaptar-se".