Análise Poema D. João II na Mensagem
A 1ª parte, o Brasão, consiste na apresentação dos heróis fundadores da nacionalidade e de todo o crescimento de Portugal, em que o poeta demonstra também uma preocupação em revelar a inspiração divina dos atos dos heróis. Os vários poemas constituintes desta primeira parte estão organizados de acordo com os vários elementos que compõem o Brasão, como os campos, os castelos, as quinas, a coroa e o timbre.
O timbre é no brasão representado por um grifo (conjunto de uma água por um leão), originado na dinastia de Avis, e está associado às 3 figuras principais da expansão portuguesa (uma para a cabeça e duas para as asas).
Se a visão (“cabeça do grifo”) pertencia ao Infante D. Henrique, faltava quem lhe desse o poder de realizar essa visão, literalmente de a fazer voar. Por isso Pessoa usa a expressão “asa do grifo” – são as asas que vão fazer levantar do chão a visão/sonho magnífico do Infante.
Uma das asas do grifo, é D. João II. Este é uma das asas, pelo simples facto de ter sido D.João II que elaborou o plano de dobrar o Cabo da Boa Esperança, com vista a obter uma rota marítima para a Índia.
Na 1ª estrofe, em geral, Pessoa destaca nesta “asa” o “poder da vontade’’.
De “braços cruzados, ou seja, não usando a força mas apenas a vontade, ele olha (fita) “além do mar” ou seja para a Índia.
Ele olha como se fosse um “promontório”, um cabo alto que avança sobre o mar, desafiando-o. Pois o promontório é terra e ao mesmo tempo quase mar.
O promontório torna-se assim um limite (da terra), ao qual D. João se define como um e expande-o com a sua vontade, pois ele tem vontade de dominar todo o mar que vê à sua frente “mar que possa haver além da terra”. Ele quer alcançar a Índia.
Promontório é um cabo elevado formado de rochas que avançam sobre o mar.
Na 2ª estrofe, tal como todos os heróis na Mensagem, o