A ética protestante e o espírito do capitalismo
Colégio Atlântico
Filosofia e Sociologia Professor: Rafael Müller Zazula
Alunos: Vítor Dierings e Matheus Vieira
A ética protestante e o “espirito” do capitalismo
Capítulo V – Ascese e Capitalismo
Continuando sua linha de raciocínio e em apoio a sua teoria sobre as relações entre o capitalismo e a conduta do protestante, Weber desfragmenta o nexo entre as concepções religiosas fundamentais do protestantismo ascético e as premissas que regem a vida econômica cotidiana. Para isso, cita Richard Baxter, contribuinte da ética puritana. A ociosidade que o prazer da riqueza pode proporcionar é em si só um motivo que torna reprovável a retenção de posses, que permite um relaxamento na busca de uma conduta moral cotidiana que condiz com a salvação desejada no âmbito do sagrado. Na busca de um estado de graça, o ser humano deve agir de acordo com a vontade de Deus, na tentativa de aumentar sua glória através do trabalho sem descanso, a fim de reforçar sua própria vocação. O trabalho duro, como barreira às tentações sexuais, dúvidas religiosas e escrúpulos torturantes. A vontade de trabalhar remete à presença do estado de graça e a verificação da ausência de um é tida automaticamente como sintoma da ausência do outro. “Também ao homem de posses não é permitido comer sem trabalhar, pois se ele de fato não precisa do trabalho para cobrir suas necessidades, nem por isso deixa de existir os mandamentos de Deus, ao qual ele deve obediência tanto quanto o pobre.” Nesse sentido, o protestantismo acredita na divisão do trabalho como especialização do indivíduo na vocação que lhe foi dada por Deus. Para Lutero, a divisão em profissões e estamentos entre os seres humanos apresenta-se como a exalação da vontade divina, de modo que manter-se na posição social reservada por Deus a um indivíduo torna-se uma obrigação de cunho religioso. A divisão do trabalho tende a proporcionar uma profissão fixa que, se comparada ao trabalho instável imposto fora dessa