A M stica Feminina
O livro foi resultado de anos de pesquisa da autora, que entrevistou mulheres que seguiam os preceitos dos anos 1940 e 1950(nos quais as atividades femininas ficaram restritas à atuação como donas-de-casa), quanto empresários, médicos e publicitários.
A idéia central do livro está na observação de que a mulher foi mistificada após a Crise de 1929 e mobilização para a Segunda Guerra Mundial, sendo considerada fundamentalmente como mãe e esposa zelosa. Assim, a educação da menina desde a infância não a estimulava a ser independente, mas a desenvolver habilidades apenas para se casar e viver em função dos filhos e do marido. Com o passar dos anos, a mulher se sentia frustrada e desenvolvia diversos distúrbios psicológicos que oscilavam da depressão ao consumismo.
Como no período pós-Segunda Guerra foi também a solidificação do progresso estadunidense e do "american way of life", foi possível concluir que a frustração feminina de apenas viver para os outros era canalizada para aumentar o consumo desse período. Dessa forma, as desigualdades de tratamento entre mulheres e homens eram usadas para justificar uma obrigatória dedicação ao lar que era compensada pelo estímulo à economia da época através do incremento das frustrações e opressão femininas no âmbito doméstico.
A Mística Feminina, da Betty Friedan. É um clássico feminista publicado em 63 (que pode ser lido grátis, em pdf, aqui). E o que Friedan fez foi conversar com centenas de mulheres americanas dos anos 50 e ver se, num dos períodos mais conservadores da história (em que o número de matrículas de mulheres nas escolas e faculdades caiu pela primeira vez em um século, porque era vendida a ideia que educação era só um hobby que a mulher fazia antes de arranjar marido e constituir família), perguntar se elas eram felizes. Sua conclusão,