A web semântica e suas contribuições para a ciência da informação
Renato Rocha Souza
Doutorando em ciência da informação. Escola de Ciência da Informação. Universidade Federal de Minas Gerais E-mail: rsouza@eci.ufmg.br
INTRODUÇÃO Surgida no início dos anos 90, a World Wide Web*, ou simplesmente Web, é hoje tão popular e ubíqua, que, não raro, no imaginário dos usuários, confunde-se com a própria e balzaquiana Internet – a infra-estrutura de redes, servidores e canais de comunicação que lhe dá sustentação. Se a Internet surgiu como proposta de um sistema distribuído de comunicação entre computadores para possibilitar a troca de informações na época da Guerra Fria, o projeto da Web, ao implantar de forma magistral o conceito de hipertexto imaginado por Ted Nelson & Douglas Engelbart (1962), buscava oferecer interfaces mais amigáveis e intuitivas para a organização e o acesso ao crescente repositório de documentos que se tornava a Internet. Entretanto, o enorme crescimento – além das expectativas – do alcance e tamanho desta rede, além da ampliação das possibilidades de utilização, fazem com que seja necessária uma nova filosofia, com suas tecnologias subjacentes, além da ampliação da infraestrutura tecnológica de comunicação. Para apresentar as mudanças por que está passando a Web na transição para este novo patamar que tem sido chamado de “Web Semântica” e avaliar alguns dos impactos deste fenômeno, convém explorar brevemente os conceitos inerentes aos sistemas de recuperação de informações, sua funcionalidade, e estabelecer algumas categorias de análise. A Web e os sistemas de recuperação de informações A dificuldade de conceitualização do que é um sistema de recuperação de informações (SRI) advém, a princípio, da ambigüidade dos conceitos de sistema e de informação em si (Araújo, 1995). Podemos adotar, entretanto, algumas definições que façam sentido no escopo do assunto tratado e, desde já, assumimos que, ao falar de sistemas de recuperação de informações,