a vida como ela e
A CULTURA DO ESPETÁCULO
O papel da grande mídia na representação e construção das identidades sexuais
Diego Bielinski
Gabriela Andrea Hermosilla
Joaquim Otávio Melo Lima
Sarah Fróz1
1. INTRODUÇÃO
A mídia, enquanto divulgadora e representante das problemáticas de uma sociedade, e as identidades sexuais, enquanto primeiro passo para o reconhecimento do indivíduo e de sua funcionalidade no organismo social, são elementos fortemente presentes nas discussões contemporâneas centradas na pessoa humana. Assim, a reflexão sobre o relacionamento entre estes elementos é necessária para a melhor compreensão das dinâmicas que permeiam o ser humano enquanto ser intrinsecamente social.
O momento vivenciado é de exposição intensa das identidades sociais3 pelos meios de comunicação em massa. Esses, ao representarem as identidades, também agem em direção à construção das mesmas, seja por meio da perpetuação de arquétipos4,
“Toda orientação pressupõe uma desorientação.”
Hans Magnus Enzensberger2
1
Os autores gostariam de agradecer ao amigo André Maia, por seu auxílio e comentários ao texto.
2
ENZENBERGER, H. Topological Studies in Modern Literature. Revista Sur, Buenos
Aires, maio-junho de 1966.
3
Tajfel (1983, p. 290) conceitua identidade social como “aquela parcela do auto-conceito dum indivíduo que deriva do seu conhecimento, da sua pertença a um grupo
(ou grupos) social, juntamente com o significado emocional e de valor associado àquela pertença” O autor afirma também que no processo de comparação social exis. te uma tendência a atribuir valoração negativa ao outgroup (grupo de fora) e positiva ao ingroup (grupo do qual é pertencente), o que não significa que um indivíduo não possa ter uma identificação problemática com o próprio grupo (TAJFEL, 1983).
4
Arquétipo é o termo utilizado por C. J. Jung (2000) para se referir aos modelos inatos presentes no inconsciente coletivo que servem de base para o desenvolvimento da psique humana, que