A VIAGEM I a IV E PROGRAMA DA PROVA DO I EST GIO
(Ou Filosofia Geral e Jurídica -I Estágio)
Prof.ª' Ms. Maria das Neves Franca - 2015.1
A filosofia é realmente uma viagem, como dizem alguns. Uma viagem por entre as veredas da existência humana e de tudo que dela, nela e com ela se pensa, se diz e se faz, como por exemplo, o Direito. Uma viagem que se cumpre vagarosa e pacientemente, sem pressa para alcançar um destino e sem expectativa de um final feliz, porque a felicidade da viagem da filosofia consiste no viajar, no estar sempre a caminho. Na jornada, às vezes, ocorre um cruzamento e, nele, se se dá o encontro com outros viajantes, dispostos a uma conversa. É a ocasião para se trocar as experiências da viagem e se acolher as experiências do outro. Mas, não para se instalar ali, e sim, para firmar o próprio itinerário. Isso ê que é importante. A conversa, na viagem da filosofia, como nos diz Heidegger, “nem considera as oposições, nem tolera os acordos condescendentes”. A conduta do viajante deve ser, como nos diz ainda o velho pensador da Floresta Negra , de serenidade; na serenidade não cabe nem excomunhão nem exaltação, mas acolhida, um deixar-se envolver de modo mais profundo com as coisas.
Concordo com Michel Onfray, quando diz que não há nada pior do que o “funcionário do saber”, aquele professor que tem obsessão pelo programa oficial, que obedece rigorosamente os manuais, oferecem instruções e informações, ou aquele aluno que contabiliza seu saber em notas, digere e memoriza livros e conteúdos como se fossem páginas de um catálogo telefônico. Esses desastres escolares não se permitem pensar. Não se desviam um milímetro da ordem obrigatória e tradicional e, alheios completamente à vida, que pulsa dentro e fora da sala de aula, acabam sucumbindo no primeiro embate com o inesperado, com as adversidades, com os problemas, com os fracassos, com as dores, as perdas, as ausências, experiências que fazem parte da existência humana e que, como tal, têm também sua importância, um sentido